quinta-feira, 3 de julho de 2008

Diário de bordo, entrada 3808

(ano intergaláctico 15 mil milhões e um pouco)

Space... The final frontier...

A rotunda intergaláctica de Rana continua a ser palco de inexplicáveis e coincidentes fenómenos. Perdão, refraseio, não se podem tratar de meras coincidências, mas sim de coincidências verdadeiramente significativas, aquilo que Jung apelidou de sincronicidade. Talvez esteja a tornar-me aborrecida a falar de Jung, mas que querem!, cada um de nós tem um corpulantex hybridus dentro de si, embora na verdade, e não nos podemos esquecer disso, haja uns mais peludos do que outros.

Não sei se estão familiarizados com o conceito de sincronicidade, mas ele é fácil de entender. Há aliás uma história muito interessante que é considerada um óptimo exemplo para explicar o conceito: tem a ver com um pudim de ameixas, ou coisa no género, mas agora não me lembro muito bem. Procurem bem no google, que chegam lá. Basicamente, a sincronicidade tem a ver com eventos coincidentes, do tipo: estou eu no hipermercado da Via Láctea e ligam-me: "Olha, preciso de leite, e tal" - e não é que eu estava naquele momento a olhar para um pacote de natas da mimosa?! Natas = Leite coalhado. Hipermercado da Via Láctea. Estão a ver, não é? Assim vai a galáxia, cheia de eventos síncronos, que alguns teimam em ignorar. Mas não eu!

Ora hoje, logo pela aurora, sucedeu-me um desses eventos fenomenais. Deslocava-me eu na minha veloz e possante nave, e aproximava-me, já com o receio habitual, do ponto intergaláctico de Rana, quando me chama a atenção uma ronceira nave acinzentada, com dois seres alienígenas a bordo. O piloto esboçava um esgar algo despistado, mas o navegador, embora de mais pequena estatura, aparentava um aspecto sagaz: era de certeza o chefe. Eram eles. Aqueles que já se tinham tornado famosos na Via Láctea por terem transportado na sua nave o Professor Karamba, e estarem prestes a desvendar o segredo de Rana. Acenei entusiasmadamente. Nada. Ignoraram-me. E pronto, é esta a minha história. Que tem isto a ver com sincronicidade? Não sei bem, mas naquela altura estava a apetecer-me comer um pudim de ameixas, e acho que isso pode eventualmente explicar tudo.

3 comentários:

Anónimo disse...

Adorei este teu post sobre dois alienígenas numa nave ronceira. Há algumas imprecisões: nave ronceira? Avistada de uma nave super-veloz? Não me parece. Chefe sagaz? Piloto desnorteado? Não me parece, raios!!!

Anónimo disse...

Obrigado...antes de mais nada....por "considerares" a farronca velha do meu pai (se é que se pode chamar de carro) como "nave". E louvo-te por seres tão perspicaz que, não te deixando enganar pela minha menor estatura, percebeste bem quem era o chefe! da próxima vez...aproveita e buzina também!

Anónimo disse...

Estou a ver muita coisa errada nesta tramoia. Estará essa nave ronceira nas devidas condições para contornar uma rotunda? Terá ela inspecção e selo? E a emissão de gases, foi verificada? Coletezinho verde, tipo Greenlight, tem? Triangulozinho, tem? Sabe porventura, senhor chefe sagaz, que não se pode buzinar dentro das localidades? Vamos lá despachar essa farronca velha para o centro de abate de (n)aves mais próximo. A Avipronto não deve ser longe.