sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

X Marks The Spot (1)


Era já madrugada quando finalmente Robert DePina conseguiu adormecer. O dia anterior tinha sido muito cansativo e a noite, essa, tinha sido longa. Finalmente conseguira por termo ao mistério, mas os acontecimentos recentes haviam surtido nele um efeito de excitação que se podia equiparar à toma de vários cafés seguidos. E logo nele, que tinha aversão à cafeína e a tudo o que significava sair da sua segura e pacata rotina.

Tudo havia começado dias atrás, quando Robert estava pachorrentamente de volta da sua colecção de selos, a observar com a lupa os detalhes de um selo que tinha a imagem de um beija-flor. Foi nesta altura que um estrondo na rua o acordou da espécie de transe em que sempre ficava quando organizava a sua colecção.
Caramba, quem faria aquela barulheira na rua, àquelas horas da noite?! Robert levantou-se, apagou o candeeiro e aproximou-se da janela, afastando discretamente as cortinas para que pudesse espreitar sem ser visto.

Na escuridão da noite e com dois candeeiros de rua recentemente avariados, pouco se conseguia distinguir naquela zona, mas como a lua estava quase cheia, Robert conseguiu perceber a porta entreaberta da velha casa abandonada que ficava mesmo em frente da sua. O estrondo vinha concerteza dali. Afinal aquela porta estava trancada há muito e tinha um aspecto bastante sólido. Arrombá-la não devia ser fácil. Um frémito nervoso percorreu o corpo de Robert. Que se passaria? Quem seria que entrava naquela casa, abandonada há tanto, ainda por cima àquela hora?

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