terça-feira, 2 de janeiro de 2007
A caverna
A noite já estava a cair quando Chi e Lia entraram na caverna escavada na rocha. O archote iluminou o seu interior, que curiosamente não estava muito frio. Lá dentro encontrava-se o que parecia um abrigo: camas feitas com folhas secas, uma espécie de mesa e bancos. Em cima da mesa estava um cesto com frutos e havia também pão, peixe seco, um jarro e canecas. Chi colocou o archote num aro perto da entrada e acendeu uma vela que estava em cima da mesa. "Vem, Lia. Senta-te, come um pouco e depois descansa, pois amanhã tens o resto do caminho para fazer. Guarda a pedra que trazes contigo, é mágica." "Como sabias da pedra?" - inquiriu Lia. "Hihi! Hihi! O Chi sabe muita coisa, conhece a floresta e tem muitos amigos. Os amigos do Chi falam com ele e contam-lhe coisas. Viram-te a tirar a pedra do castanheiro, que aliás estava lá para isso mesmo. A pedra permite-te comunicar com os seres da floresta, como eu e outros de nós. Nunca sentiste que aquecia?" "Sim, às vezes fica quente, ou muito quente..." - respondeu Lia. "A pedra aquece quando estás na proximidade de uma criatura da floresta. Quando estás na posse dela, consegues ver-nos e falar connosco." - esclareceu. "Agora vem, vamos comer e beber!" Lia comeu e bebeu. O que estava dentro daquele jarro não era água, mas um néctar delicioso, que fez Lia ficar muito alegre e relaxada. Já não se sentia assim há muito tempo. Que maravilha! A sua mente toldou-se um pouco e foi deitar-se numa das camas de folhas onde adormeceu suavemente. Naquela noite Morfeu veio ter com ela como de costume, mas de manhã Lia não se lembrava bem para onde ele a tinha levado desta vez, só se lembrava de uma história sobre estrelas, um caçador e os seus cães. Lia acordou e olhou em volta. Chi tinha desaparecido, mas tinha deixado um papel em cima da mesa.
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