sexta-feira, 29 de dezembro de 2006
As sentenças de Chi
Chi. Que criatura aquela! Com um ar ao mesmo tempo angélico e gozão. Oh sim, Lia apostava que o seu prezado silêncio durante a caminhada tinha acabado. "Olá Chi." - disse Lia. Ele respondeu apressadamente e com um ar atarefado: "Estou aqui para te acompanhar no resto da caminhada de hoje. Não encontrarias lugar para pernoitar se não fosse eu, garanto-te. A partir daqui torna-se mais difícil encontrar o caminho para o Castelo, sabes? Segue-me, segue-me!" "Mas..." - Lia ia perguntar como sabia ele que ela ia para o Castelo, mas decidiu que isso não era importante. Afinal também não sabia como é que ele sabia que ela estava ali. Oh, demasiadas perguntas. Não interessava, decidiu Lia. O que era importante era livrar-se de vez daquele fardo e poder descansar. Sendo assim, seguiu Chi e remeteu-se ao silêncio. O silêncio, no entanto, não durou muito tempo. "Estás cansada, Lia? Hihi! Terras estranhas e separação, são o destino do viajante. Mas se fores perseverante, encontrarás boa fortuna. Oh sim! Hihi!" Seria aquilo para responder? Lia não teve muito tempo para pensar no assunto. "Não deves deixar-te desanimar pelas dificuldades! Aqui estou eu, o teu ajudante! Quem caça veados sem o seu guia, sujeita-se a perder-se na floresta! Hihi!" Caçar veados?! Mas que... "Ah, estamos quase a chegar ao nosso abrigo. Hihi! Ao cair da noite devemos descansar, para recuperar!" Lia já nem pensava em responder. Foram caminhando pela floresta, até chegarem a um local onde árvores frondosas escondiam uma grande rocha. "Por aqui! Luz, precisamos de luz!" Lia seguiu Chi, que deslizou por uma fenda da rocha. Lá dentro estava escuro, mas logo Chi apareceu como que instantaneamente com um archote na mão. "O homem superior perpetua o seu brilho, iluminando os quatro cantos do Mundo! Hihi!" Deus meu - pensou Lia - aquela criatura devia ter engolido um oráculo.
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