Lia olhou em volta, meia atordoada, sem qualquer ideia do que estava a fazer naquele lugar. Estava ao pé de uma ribeira, no meio de uma floresta e tinha uma sacola a tiracolo. Sentou-se na margem e abriu a sacola. Lá dentro tinha alguns frutos, um pergaminho, uma pedra azul brilhante e uma caixa de madeira, com desenhos gravados a ouro. Tentou abrir a caixa, mas estava fechada à chave. Procurou na sacola, em busca de uma chave que pudesse abrir a caixa. Nada. Virou a sacola do avesso e sacudiu-a. Nada. Voltou a pôr tudo lá dentro à excepção do pergaminho, que abriu e começou a ler. Apesar de ter muitas coisas escritas que Lia não entendia, era fácil de perceber que parte do conteúdo do pergaminho era um mapa para chegar a um castelo. Seria para lá que ela se dirigia? De qualquer forma parecia não ter muitas alternativas, portanto começou a tentar perceber em que lugar daquele caminho poderia ela estar. O caminho que estava desenhado no mapa só se cruzava com água duas vezes. Na Ribeira do Esquecimento e no Lago da Princesa. Aquela seria portanto a Ribeira do Esquecimento... Lia olhou melhor para o mapa e viu umas letrinhas minúsculas desenhadas ao lado da ribeira:
Se esta água quiseres usar
para a sede saciar,
duas vezes a Terra sobre si própria terá de girar
para que voltes a recordar.
Devia ter bebido daquela água. Mas agora isso não interessava, tinha mesmo que sair dali. Decidiu que fosse como fosse, o melhor era seguir o caminho indicado no mapa. Agora só precisava de atravessar a ribeira. O Sol estava alto no céu. Lia tinha que caminhar para Nascente. Sempre Nascente, até chegar ao Souto Real. Como a ribeira era pouco funda, Lia tirou os sapatos e iniciou a travessia.
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