quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

O pergaminho

O papel tinha um aspecto de velho pergaminho e continha, ao que parecia, indicações de como chegar ao Castelo, mas Lia não entendeu muito bem tudo o que lá estava escrito. Havia frases com indicações simples, mas também havia versos e desenhos. Bom, a primeira parte era simples. Havia que sair da caverna e caminhar na direcção do Nascente até chegar à Ribeira do Esquecimento. Lia guardou alguns frutos na sacola e resolveu pôr-se a caminho, mas assim que saiu da caverna deparou-se com um espesso manto de nevoeiro branco. Não se via um palmo à frente do nariz. Oh! Que fazer agora, se não via o Sol? Para onde seria Nascente? No dia anterior, quando seguia Chi acabou por distrair-se e desorientar-se um pouco. Lia parou, tirou uma maçã da sacola e começou a roê-la enquanto desdobrava o pergaminho, procurando respostas. Começou a ler as várias anotações. Às tantas deparou com um verso que dizia:

Se algum caminho não conseguires encontrar,
a pedra azul terás que segurar
e saltando no ar,
Suri terás que chamar.

Ai, ai. Saltar no ar? Aquilo era coisa de Chi. Gozão como era, devia estar algures a rir-se dela, a observá-la e a dar aquelas risadinhas, à espera de a ver fazer figuras ridículas. Suspirou, pegou na pedra e fechou-a na mão. Frio. Suspirou de novo. Deu um salto e gritou: "Suri!"
A pedra começou a aquecer dentro da sua mão fechada.

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