sábado, 13 de janeiro de 2007

A Ribeira do Esquecimento

Lia olhou em volta, na expectativa. A pedra azul estava mesmo quente, mas não se vislumbrava nenhuma criatura da floresta. Estranho. Foi então que Lia olhou para os ramos da árvore que estava mesmo à sua frente e viu um pássaro azul que parecia observá-la. "Olá!" - disse o pássaro - "Suri, ao teu serviço." Lia nunca tinha imaginado que alguma vez na vida fosse falar com um pássaro, mas disse, titubeante: "Olá... eh... n-n-não sei para onde é Nascente... preciso de caminhar até à Ribeira do Esquecimento..." "Está bem. Dá-me só um pouco da tua maçã e depois segue-me." Lia estendeu a Suri a sua maçã, que ele debicou com vontade. A seguir esvoaçou pelo ar, e pôs-se a saltitar de ramo em ramo: "Vamos, está na hora!" Esvoaçando e saltitando, lá ia Suri, com Lia a segui-lo atentamente. Se ele se afastasse demais, Lia deixava de o ver no meio da névoa, por isso ela corria de vez em quando. Assim andaram durante bastante tempo e Lia já estava a ficar cansada. A dada altura, a névoa começou a dissipar-se e já se conseguia ver o Sol. Nessa altura Suri parou um pouco e esperou que Lia chegasse ao pé dele: "Olha, já não precisas de mim e também já estás perto da Ribeira. Segue este trilho, e chegarás onde queres. Boa sorte!" E voou para longe, sem sequer dar tempo a Lia para que dissesse qualquer coisa. Seguindo aquele trilho, começava a ouvir-se a água a correr. Lia chegou por fim à Ribeira, cansada e com sede. Debruçou-se sobre a corrente de água fresca e com as mãos em concha bebeu abundantemente enquanto simultaneamente arfava de cansaço. Quando acabou de beber, levantou-se e olhou em volta. Mas que diabo estava ela a fazer ali?

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