Devo dizer que gostei muito deste filme. A mensagem é simples e o filme é sério e divertido ao mesmo tempo. Clint Eastwood faz uma excelente interpretação de uma personagem que sendo um velho duro, inflexível e rabugento, é ao mesmo tempo uma personagem com que é muito fácil empatizar.
Veterano da Guerra da Coreia, Walt Kowalsky vive num bairro onde todos os antigos vizinhos foram desaparecendo e sendo substituídos por Asiáticos. Isto não agrada nada a Walt, que os vê como intrusos e estranha os seus hábitos e cultura. Ao mesmo tempo, Walt estranha e rejeita a maneira de ser das novas gerações. Nunca se deu bem com os filhos, pois nunca conseguiu comunicar devidamente com eles e muito menos compreende os netos.
É neste contexto que lhe aparece uma chance de redenção, ao interessar-se por Tao, um rapaz de pai ausente que vive na casa ao lado e que está a necessitar de orientação na vida.
Já ouvi dizer a alguém que esta é uma crítica à América de Obama, mas eu não leio o filme como tal. Valores como a educação, respeito pelos outros e trabalho não me parecem próprios de nenhuma doutrina em particular. Chamem-me bota de elástico, se quiserem. Nesse aspecto, prefiro que o mundo esteja cheio de Kowalskys.
Achei o filme delicioso. Clint Eastwood a fazer lembrar os tempos de Harry Callahan, mas muito mais sabedor.
Não compreendo a ausência deste filme na cerimónia dos Óscares. Já a National Board of Review distinguiu o filme com dois prémios: melhor actor (Clint Eastwood) e melhor argumento original (Nick Schenk), para além de o ter colocado no Top Ten dos dez melhores de 2008. Concordo com eles.
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