terça-feira, 7 de setembro de 2010

Há que contar com a conta

Ser operada tem destas coisas. Enquanto toda a gente faz a rentrée alegremente, eis que me encontro enclausurada entre quatro paredes, sozinha vagueando no ciberespaço.

A coisa mais excitante que me acontece é chegar à caixa do correio uma carta com a conta do hospital. WooHoo!!

Devo dizer que, felizmente, tive a possibilidade de optar por ser operada num hospital privado. Fui muito bem tratada, mas isso paga-se caro, mais caro do que um hotel de 5 estrelas. Na altura do internamento, deixei um chorudo adiantamento e por estes dias aguardava a conta, com um nó na garganta.

Abri a carta e comecei a desfolhar páginas e páginas de items discriminados: diária, sala de operações, anestesista, assistente, cirurgião, medicamentos x, y, z, w, kits disto e mais aquilo... À medida que avançava as páginas, o meu ordenado tornava-se cada vez mais pequeno: na primeira página vi passar uma playstation 3, na segunda página um iPhone, na terceira página uma viagem aos Estados Unidos e na quarta já dava para ir dar um saltinho à Nova Zelândia. Comecei a sentir-me à rasca e avancei rapidamente as páginas até à sentença final. Não caí para o lado porque sou uma pessoa forte. E também porque só depois reparei na parcela que descontava o adiantamento. O mundo tornou-se novamente um lugar mais acessível. Mas só para o ano.

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