Olho para o telemóvel e escrevo uma mensagem. Mando ou não mando? Bom, vou guardá-la como rascunho. A mensagem está gira. Releio. Nada de mal, pura inspiração. Vou aguardar um sinal. Se às 22h30 não tiver vindo um sinal, não mando. É isso, um sinal. Mas que tipo de sinal devo aguardar? É um mistério, mas quando ele vier, sabê-lo-ei. Sim, é isso, devo reconhecê-lo quando o vir. Se não o reconhecer é porque não teve que ser e apago a mensagem. Faltam 10 minutos para as 22h30. Olho para o telemóvel. Olho para a televisão. Pego numa revista e folheio-a distraidamente. Uma mosca sobrevoa a minha cabeça e zune ao pé do meu ouvido esquerdo. Pás! Raios, falhei. Hummm, seria este o sinal? Uma mosca? Quereria ela dizer qualquer coisa? Que disparate, uma mosca... O Universo teria concerteza um melhor sinal para mandar do que uma mosca a zunir. Volto a olhar para a revista e tento concentrar-me, mas logo olho para o relógio que está à minha frente. 5 minutos. Aguardo um sinal em 5 minutos. Distraidamente olho para o topo da secretária e vejo uma pilha de papéis que tinha separado para reciclar. Amachuco uma folha: se a atirar para o cesto de papéis e acertar, mando a mensagem. Vum! falhei. Ok, esta não valeu. Vai outra: Vum! Em cheio! Ok, tenho que mandar a mensagem, portanto. Bom, mas na realidade isto foi batota, porque falhei à primeira. Hummm... 1 minuto para o derradeiro sinal, aquele não valeu, foi tudo inventado. Suspiro. Toca o telefone. Agora, não posso atender, caramba, estou a aguardar um sinal! O toque continua a ecoar. Olho para o relógio. Olho para o telemóvel. Faltam uns segundos... pronto, passou o tempo. A mensagem será apagada. Corro para o telefone e levanto o auscultador. Desligaram. Quem seria?
(Um post inspirado na experiência pessoal e nos passarinhos e vampiros do Gil)
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